Já que o assunto do dia é a Copa de Mundo de Futebol no Brasil, aí vamos nós! Primeiramente não sou contra o país sediar um evento de importância como esse, mas acho que esse não é o momento quando se tem problemas crônicos e mais urgentes para serem resolvidos. A pergunta é: vale a pena gastar bilhões em estádios de futebol, dinheiro esse que serviria para investimentos em educação e segurança? Não. Não vale. Tanto porque quem vai arcar com muito dessa despesa é a CBF e a iniciativa privada. Ou seja, o retorno desse tipo de gasto não vai servir pra melhorar a vida da população brasileira. Pois se a iniciativa privada entra com dinheiro ela quer o dinheiro de volta, de preferência multiplicado algumas vezes, em forma de lucro. E claro que eles não vão sair por aí distribuindo dinheiro a pobre nenhum. Com o sucesso do Pan do Rio, o Brasil conseguiu provar que poderia realizar, com sucesso, um evento esportivo de grande porte. Cheguei muitas vezes a desejar o fracasso do Pan por ser igualmente contra de que o evento pudesse trazer melhorias para o país, ou em particular para o Rio de Janeiro. Claro que algumas coisas melhoraram, mas o principal não. Por acaso os investimentos realizados tiveram algum retorno real para o povo? A segurança, inexistente, no Rio de Janeiro por acaso melhorou? Os pobres deixaram de ser menos pobres por causa do Pan? A educação melhorou? Uma reforminha estrutural aqui, outra ali, o governo entra com essas coisas. Mas no geral, o país continua na mesma. A questão é sempre o que é mais urgente e até que ponto coisas desse tipo são mais necessárias que resolver os problemas da fome, da seca, da falta de segurança, da educação de má-qualidade, crise no sistema de saúde, etc. A maioria da população claro, está eufórica com o fato do país do futebol sediar novamente uma Copa do Mundo, mas essa mesma maioria que não sabe a diferença entre ler e interpretar um texto e que se diz patriota pelo simples fato de torcer para a seleção brasileira não vê que defender um país, é primeiramente defender e cuidar de seu povo, numa espécie de auto-sabotagem. Tá todo mundo em festa, mas a verdade mesmo é que não há motivo real para se comemorar. Investimentos e empregos gerados na realização desse tipo de evento são temporários e o retorno é para poucos. E pra quem não notou, eu sou brasileira, ou seja, o fracasso do país, significa o meu fracasso e o do povo em geral. Ser patriota não é torcer pra time de futebol
terça-feira, 30 de outubro de 2007
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