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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

"Diante da mentira reacionária, a verdade revolucionária"

Não posso deixar de comentar, ainda que de forma breve, a "reportagem" da revista Veja sobre Che Guevara; a qual se propõe a revelar verdades sobre o citado através de escusas afirmações. Não tenho tempo nem paciência para refutar linha por linha e o certo é que sou uma grande fã de Che, o que não me faz suspeita pra falar porque ao contrário da grande maioria dos fãs de Che eu não o vejo como um mito, e sim como um ser humano notório e procuro conhecer ao máximo sua história. Portanto não me importa se ele era bonito ou feio, se cheirava ou se fedia, quantas vezes foi casado e se gostava ou não de tomar banho. A falta de argumentos e fundamentação verdadeiramente jornalística do texto da revista destaca alguns aspectos da vida pessoal de Che que pra mim são irrelevantes. A manipulação de fatos e as frases citadas sem contexto também foram artifícios utilizados. Antes que eu me esqueça, vou logo dar nome aos bois, os autores da reportagem: Diogo Schelp e Duda Teixeira, cuja existência eu desconheço completamente por, ainda bem, não ser leitora da Veja. A duplinha tirou a validade da derradeira revolução que Guevara liderou, a da Bolívia, ressaltando a falta de apoio popular à guerrilha no referido país. Sim, a massa camponesa não tava nem aí para a revolução, mas isso com certeza não tira a validade do movimento que estava sendo feito para libertar aquele povo miserável das mãos de um governo sanguessuga apoiado pelos americanos. Americanos esses que foram várias vezes citados como fontes da reportagem. Sim! Os americanos da CIA, da OEA, que foram grandes responsáveis pela implantação das ditaduras na América Latina e mundo afora. Ex-guerrilheiros também foram citados, mas não sei até que ponto a verdade está presente de forma clara no que foi publicado, no modo como foi publicado.
Coincidentemente, algumas páginas antes, a mesma edição traz a coluna de Stephen Kanitz alertando para o fato de os leitores desenvolverem a "vigilância epistêmica", o hábito de checar as fontes, ou seja, não acreditar em tudo que se ouve, que se lê ou que se aprende por aí. Esse é um bom conselho, principalmente para os leitores da Veja.

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