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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Cadê o mocinho da História?

Já que o assunto me interessa o bastante para render um post e a história de Fidel seja suficientemente incrível e o momento histórico é propício, vamos lá.
Muita gente critica, como eu, o regime socialista (stalinista) cubano imposto por Fidel Castro, pois este, ao contrário do que prometia, não tornou melhor a vida do povo de Cuba. O que diferentemente de mim, as pessoas não pensam é em como se deu tal coisa e por que e de como a situação dos cubanos é indiferente a quem está no poder. No que precedeu a revolução, libertada Cuba da Espanha, tão logo ela caiu nas “graças” das garras americanas: a população era miserável e analfabeta, 75% da economia estava na mão do Tio Sam e até onde eu sei o capitalismo estava ajudando a piorar as coisas, assim como ajudava apenas aos EUA controlarem e explorarem o país. Depois da Revolução o que se seguiu foi a velha politicagem em meio à Guerra Fria, o populismo, enfim, essa parte todo mundo já conhece. O que quero dizer com tudo isso não é que defendo Fidel, tanto porque sendo conhecedora de sua biografia no que vai além dos livros de História da escola, acho que o que ele se tornou depois da revolución não invalida de um todo sua luta, pois Cuba verdadeiramente precisava ser libertada. Mas não existe ninguém bonzinho e como sempre a população paga as contas, tudo que sobrou foram jogos de poder e despotismos. O povo saiu perdendo de qualquer jeito. O que acontece é que muita gente mete-se a criticar o regime vendo o contexto de modo unilateral, o que é irracional. Se Cuba hoje continua sendo um país pobre que anda em carros dos anos 50, vê filmes dos anos 80, possui milhares de presos políticos e sua população foge de próprio país, muito em culpa tem Fidel, que com mãos de ferro e narcisismo governou o país, mas também não esqueçamos do embargo econômico imposto pelos americanos. Mas eu pergunto: seria diferente se a Revolução não tivesse sido vitoriosa? Eles poderiam provavelmente estar votando (este gerúndio foi necessário), andando em carros mais novos e vendo os últimos lançamentos do cinema, mas a situação de pobreza, ignorância e alienação não seria diferente. Os EUA continuariam explorando o país e apoiando governos corruptos que atendessem seus interesses imperialistas. Não quero aqui de maneira nenhuma justificar as coisas. Tudo que quero dizer é que pra criticar tem que conhecer aquilo que se critica. O que parece não acontecer em se tratando de imprensa, opinião pública e da pretensa lavagem cerebral a que o conformismo e o sistema nos impõe. Pra que pensar se já tem quem faça isso por nós? É sempre mais fácil deixar tudo como está ou repetir o que é dito por aí ao invés de ver as coisas com olhares mais profundos. Vem aí Raulzito e a continuidade do Castrismo e tudo que isso implica. Bush anseia por uma pretensa “democracia” em Cuba, quem sabe uma nos moldes da OEA ou do Iraque. Eu não sei o que é pior. Ou vai me dizer que os americanos estão pensando no bem-estar do povo cubano? Até parece, ainda mais bonzinhos do jeito que são...

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