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sexta-feira, 2 de maio de 2008

Eu não sou indieota!



Já me peguei falando por aqui, mais de uma vez, sobre a minha "simpatia" pelo indie. Não sei se ficou claro, porque se auto-proclamar sobre fazer parte de alguma tribo hoje já é banalizar a si mesmo e aceitar rótulos. Pois veja, essa semana me peguei lendo sobre essas intermináveis e inúteis discussões sobre o que é ser indie. Constatei que a maioria (no orkut é só o que tem) não sabe realmente o que é e pende pra rotulagem tosca mesmo, porque tá na moda ser hype e toda essa baboseira vazia. Não vou aqui me dar a pretensa missão de dizer o que é indie porque se assim o fizesse já estaria eu cometendo o mesmo erro. Tudo que sei é que há uma diferença grande entre a tribo de hoje e o movimento que surgiu há anos atrás. Desse último sou conhecedora há tempos e não me encaixo na primeira. Não uso roupa style, não tenho dinheiro pra comprar grife, meu cabelo é comprido e tem um corte básico, minha franja não é emo nem style e nem faço cara de quem queria estar em Londres porque na verdade eu queria mesmo era estar na Itália. Tenho cara de blasé sim, mas não preciso fazer força, a minha cara é de quem comeu e não gostou mesmo, e minha expressão séria (antipática) é de nascença (mas eu não mordo não, isso é só minha carapuça). Sempre fui o tipo de pessoa que não se contenta com qualquer coisa, acho tudo um tédio mesmo e tenho uma tendencia a sempre estar na defensiva, não sou de falar muito e nem gosto de gente limitada que não sabe ver além das coisas.
Conheço a expressão indie desde 1999, quando no auge dos meus 13 anos era ávida por revistas de rock e a música independente que se fazia nas universidades do mundo afora ou nas garagens que nada tinham a ver com os core da vida. A música independente, feita de modo despretensioso, com influência do rock antigo é temperada com ousadia e originalidade por músicos competentíssimos. Nada de regras, há ssim um movimento que finca no seu estilo um som cadenciado e saudoso. Hoje, qualquer um quer fazer coisas do tipo, mas a verdade é que poucos conseguem. De repente usar paletós desconstruídos, all star e jeans manero se tornou coisa de gente metida a moderna e descolada, a moda das ruas foi parar nas passarelas e as grandes gravadoras agora fabricam seus própios indies mainstream que de originais nada têm. Eu prefiro a boa música, sempre, independentemente do estilo, embora eu seja fã declarada do indie. Fico com o movimento original que vem desde o pós-punk, passando pelo REM e trazendo hoje bandas do brit rock ou o som denso das bandas nova-iorquinas ou a desconstrução metódica das garagens que ainda teimam (ainda bem) em existir. É só prestar um pouco mais de atenção nas letras, melodias e história das bandas pra separar o joio do trigo. Nem tudo que está na moda é bom e nem todo famoso é artista. Tem muita gente pagando de indie porque é uma tribo cute, mas eu prefiro o lado cult do movimento.


2 comentários:

Alexandre Souza Nascimento - Advogado - OAB/RN 6242 disse...

É verdade,
Mas percemos esses faltos isso ou aquilo em todos os meios de cultura,
Qualquer um põe uma camisa de rock esai pagando de rockeiro sem nem sabrer o que a letra transmite.

É o desejo de ser parte de algo maior que o acaba destruindo...

Anônimo disse...

Tá tudo certinho. Também não gosto de rótulos e desde que passei a entender um pouco de música e a ver em quantos estilos/tribos ela se dividia, mais ignorei tal fato. Ok, na adolescência ainda tentava entender o que era o quê, mas com passar dos anos deu uma preguiça, sabe?
Pra ser bem sincera, não ouço e nem conheço bandas novas. Tem muitas boas e originais, claro, mas a grande maioria é ruim. Visualmente ricas e musicalmente pobres.
Daí prefiro ficar com o lugar comum mesmo ao invés de tentar descobrir bandas estranhas de nome duvidoso vindas diretamente do interior do nepal.
Nhé!

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